03/04/2018

Ready Player One - Jogador 1 (Ready Player One-2018)


            Steven Spielberg volta a entrar em ação nos blockbusters com uma adaptação que promete trazer uma enorme dose de nostalgia. O único problema é se o filme será, simplesmente, um depósito incoerente de referências ao invés de um filme com cabeça, tronco e membros. Mas, felizmente, estamos nas mãos de um dos melhores realizadores de sempre, por isso, há esperança!
            Estamos no ano de 2045 e o mundo não é um lugar muito agradável. Por isso, toda a gente passa a maior parte do seu tempo no OASIS, um mundo de realidade virtual, onde podes ser e fazer tudo o que quiseres. A aventura começa quando o criador deste mundo morre e deixa no jogo pistas que conduzem ao controlo de toda essa herança e a uma imensa fortuna. E claro que todos irão embarcar nesta busca.
            Não posso fazer a comparação com o livro porém o filme é uma incrível aventura. Temos uma quantidade enorme de referências de cinema, videojogos e da cultura pop que enriquecem a experiência para quem as descobre. Felizmente, para quem não as reconhece, consegue-se desfrutar na mesma do filme, já que cria o seu próprio enredo independente.
            Para quem possa estar preocupado que toda a ação se passa no OASIS, pode estar descansado, já que muito do tempo também decorre no mundo real (e, aparentemente, essa é uma das diferenças relativamente ao livro). Tal serve para nos ligarmos mais às personagens, quando passarem para o mundo digital. Posso dizer que todo o elenco está muito bom, com Tye Sheridan a comandar a ação. O que não gostei tanto foi do vilão de Ben Mendelsohn, não por culpa do ator, mas da personagem em si, que não é ameaçadora e torna-se algo cartunesca.
Os efeitos especiais estão incríveis e merecem ser totalmente apreciados no grande ecrã a 3D. Todas as referências têm um propósito claro para estar lá e não estão apenas por estar. A melhor de todas é capaz de ser a referente ao “The Shinning” - e mais não digo para não estragar a surpresa. Uma coisa que me deixou a pensar no fim da sessão é se daqui a 10 a 20 anos este filme vai conseguir cativar visualizações de outra geração, pois muitas das referências simplesmente já não vão ser lembradas. Não estou a falar naquilo que vemos relativo a “Regresso ao Futuro”, “King Kong” e Batman, que já fazem parte da nossa cultura por várias décadas, mas muitas das personagens de videojogos de agora provavelmente não vão fazer parte do nosso léxico cultural. Contudo isso não retira todo o valor da aventura apresentada.
Spielberg volta a mostrar que consegue fazer tudo, passando do drama “The Post” que estreou recentemente até um blockbuster recheado de efeitos visuais. Pode ser que o próximo Indiana Jones até corra bem.
“Ready Player One - Jogador 1” é uma grande aventura, cheia de referências à cultura pop, que merece uma saída até ao cinema mais próximo.



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