04/01/2018

A Múmia (The Mummy - 2017)



            E parece que temos mais um início de um universo cinematográfico. Este agora chama-se “Dark Universe” e quer juntar, no grande ecrã, criaturas sobrenaturais, tais como o Homem Invisível, o monstro de Frankenstein e a Múmia. E é neste último que tudo começa, como Tom Cruise como cabeça de cartaz e Sofia Boutella como o ser do antigo Egipto. Não me agrada que seja mais um filme de ação em grande escala em vez de um de horror mas, por outro lado, os de Brendan Fraser também não o eram e diverti-me consideravelmente com eles.
Quando se tem Tom Cruise no elenco, é natural que o grande foco esteja virado para ele, o que não é mau de todo, porque ainda estamos perante uma das poucas verdadeiras estrelas de cinema. E aqui continua a não desapontar, com uma interpretação em que dá todo o seu carisma e, como não podia deixar de ser, o homem está sempre a correr. O problema é que assim tira tempo de antena para o vilão do filme. Sofia Boutella é uma boa múmia, só que assume mais uma presença física e ameaçadora do que propriamente uma vilã com o qual se tenha uma grande conversa intimidadora. O que é um desperdício da atriz que também consegue, de facto, atuar, como é possível ver no último “Star Trek”.
Annabelle Wallis, como a arqueóloga que sabe sobre o passado da múmia Ahmanet, também faz um bom papel; não foi relegada para uma personagem que precisa de ser constantemente salva e consegue dar algum contributo para o desenvolvimento do filme. E, como num bom universo cinematográfico, temos o elemento que provavelmente vai interligar todos os filmes, nomeadamente Prodigium liderada por Russell Crowe, que interpreta Dr. Henry Jekyll/Mr. Hyde, num bom desempenho, mas as mudanças de personalidade não foram fisicamente espetaculares, também não tinha de ser como no “A Liga dos Cavaleiros Extraordinários”, mas algo com um pouco mais de destaque não tinha feito mal nenhum.
Há aqui a tentativa de misturar grandes cenas de ação, com horror e alguma comédia. Só que, com tantas misturas, muita coisa se perde, muitas das tiradas cómicas não têm piada nenhuma (isto, claro, é subjetivo, este até pode ser para alguns o filme mais hilariante do ano, embora duvide muito), tem alguns momentos mais “creepy” mas nada de por aí além. As sequências de ação é que correm melhor, embora em algumas tenha demasiada edição.
A história também não é nada de extraordinário, nem que marque profundamente. É boa o suficiente para fazer o filme andar, embora algumas coisas não tenham assim muito sentido. Tem um curioso easter egg para os mais atentos, relativo aos filmes de Brendan Fraser…
A Múmia não é propriamente um grande filme para iniciar um universo cinematográfico mas, mesmo assim, consegue ser um filme de ação competente para ver este verão.



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