30/11/2017

Mãe! (Mother! - 2017)



            Falar do último filme de Darren Aronofsky sem entrar em alguns pormenores da história é complicado mas vou tentar fazer o meu melhor para que isso não aconteça. O realizador sempre nos habitou a experiências diferentes, e “Mãe!” é sem dúvida alguma muito diferente.
            A relação de um casal é testada quando pessoas não convidadas começam a entrar em sua casa, interrompendo a sua calma existência.
            Primeiro de tudo: se, pelos trailers e informações do filme, pensam que vamos ver algo dentro do género horror/thriller, estão muito bem enganados e logo aí assinalo um ponto negativo na caderneta.
            Tudo bem, o filme é uma grande metáfora que envolve Deus, a Natureza e a Humanidade, só que isso tem um enorme problema: estas informações não nos são fornecidas durante o filme. Nada contra em usar um pouco da massa cinzenta para compreender o que nos está a ser mostrado mas daí a nem se saber quem são as personagens ainda vai um esticão. Porque só sei quem de facto são as personagens do filme depois de fazer uma pesquisa sobre ele, o que não deveria acontecer pois, por muita que seja a vontade de quer criar algo artístico, não deve ser a norma não fazer a mínima ideia do que se está a passar.
            Passando esse “pequeno” detalhe à frente, depois de saber quem são os intervenientes do filme, a coisa já começa a fazer sentido e a ser minimamente coerente. Só que, mesmo assim, não há nada que nos prenda a atenção, nada que nos deixe empolgados sobre o que vai acontecer. Só uma sucessão de cenas macabras que, passado pouco tempo, deixam de criar impacto e interesse.
            Aquilo que nos prende são as interpretações. Ver como funciona a relação entre Jennifer Lawrence e Javier Bardem e entender o que raio se passa, é um grande ponto positivo. São grandes desempenhos e que mostram aquilo que os atores são capazes.
            Entendo a ideia que Darren Aronofsky quis transmitir, só que o modo como a fez não é o mais eficiente. Quem não fizer o trabalho de casa vai ficar perdido nos acontecimentos e, repito, um bom filme não nos deixa assim desamparados.


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