08/03/2017

Logan (2017)



                Hugh Jackman está de volta à personagem que o transformou numa estrela, desta vez num registo muito diferente. Aqui temos um Wolverine a usar as suas garras em toda a sua utilidade, a cortar membros e a trespassar cabeças, por isso já sabem: nada de levar os mais pequenos, este não é o típico filme de super-heróis.
                Num futuro próximo onde os mutantes estão praticamente extintos, um envelhecido Logan vive escondido com um demente Charles Xavier na fronteira mexicana. Porém, quando uma jovem mutante aparece e precisa de ajuda para fugir dos seus perseguidores, Wolverine volta a entrar em ação.
                Estão a ver o nível de brutalidade de “Deadpool”? Bem, aqui é igual só que, em vez de termos o tom cómico e satírico, reina o outro lado do espetro, com um drama ao estilo western. Mais uma jornada pessoal, ao estilo do recente “Hell or High Water – Custe o que custar!”, onde temos um velho e cansado Logan em que a última coisa que quer fazer é meter-se numa luta (não que isso não impeça a grande abertura do filme).
                Hugh Jackman volta a pegar nesta personagem (pela última vez, supostamente) naquela que é uma despedida merecida e em grande estilo. Wolverine já não anda por aqui a salvar um mundo desprovido de mutantes, mas sim a tomar conta do demente Professor Charles Xavier que, sendo o telepata mais poderoso do mundo, é uma grande dor de cabeça (literalmente!). Chega mesmo a ser considerado pelas autoridades como uma arma de destruição maciça. Mas, quando a jovem Laura (uma mutante com os mesmos poderes de Logan) aparece e precisa da ajuda do duo pra se salvar, o nosso protagonista vai ter de voltar a mostrar as garras.
                  E essas garras aqui conseguem ter o seu merecido protagonismo, ao, finalmente, entrar em cabeças, cortar membros e despedaçar toda a gente que se meter no caminho. Finalmente, aparece o sangue que é esperado neste tipo de arma, o que o torna, ao lado de “Deadpool”, do filme mais “agressivo” da saga X-Men até agora. A par do enredo do anti-heroi negro e vermelho, aqui também temos poucas referências à equipa de mutantes. O filme serve mais como uma história à parte, com o alvo da atenção a ser a relação entre Logan e Charles, com o peso da idade.
                E, esta relação, que começou com o primeiro “X-Men” em 2000, atingiu um novo nível de familiaridade, com nenhuma dos dois a saber já qual o seu propósito e se, o que estão a fazer, vale a pena. Jackman e Patrick Stewart nunca estiveram melhor e aqui têm bastante mais com que trabalhar em relação aos filmes anteriores. Mesmo ver a personalidade da jovem Dafne Keen evoluir ao logo do filme é algo compensador principalmente a sua relação com Logan.
                O primeiro filme a solo de Wolverine pode ter começado muito mal, mas conseguiu fechar com chave de ouro.


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