19/10/2013

Filmes que Marcaram: Sofia Santos, Girl on Film






Aproveitando o facto de que a iniciativa dota o participante de alguma liberdade nas escolhas e justificações, resolvi recuar no tempo e viajar a 2001 - altura em que escolhi 5 filmes Incontestáveis para o Cineroad do Roberto Simões. Em 2013, as escolhas mantêm-se e os “Filmes que marcaram” são os mesmos.



Pulp Fiction 

É um fascínio. Ousado, contemporâneo, rítmico, ímpar. Adoro o pormenor dado pelas quebras na ordem cronológica que permitem dar o papel de protagonista a personagens diferentes enquanto o filme se desenrola.
A dupla Vicent Vega (John Travolta) e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson) e os diálogos entre eles são lendários, e Vicent Vega como ponte entre Reservoir Dogs e Pulp Fiction – um detalhe subliminar. Mia Wallace (Uma Thurman) tornou-se uma das personagens femininas mais marcantes da história do cinema – pela sua dança, mas sobretudo pela cena da overdose.
A genialidade deste filme é aprimorada com a brilhante, inesquecível e marcante banda sonora. Para mim, este filme é um todo – realização, produção, argumento, etc. – tudo se conjuga de forma a torná-lo – a meu ver – BRILHANTE.



Se7en 

Uma palavra para este filme: LUZ. Sendo uma estudiosa (em part-time) da Luz na Pintura, a forma como David Fincher a utiliza neste filme deixa-me deslumbrada. É a Luz que permite delinear o protagonismo que as personagens devem ter, como de uma pintura se tratasse. Fincher, o “mestre das frames”, consegue neste filme outra coisa que eu acho mágica: os cenários. São estes cenários e a sua ligação à luz que nos permitem “quase sentir o cheiro” daquilo que se passa na tela.
É um retrato perturbador de uma sociedade podre no seu interior – povoado por um sempre brilhante Kevin Spacey – que emprega ao filme um dos melhores finais de sempre.



 The Thin Red Line 
 
Não sou, de todo, fã de filmes com a temática “guerra”, no entanto, The Thin Red Line, ultrapassa a conjugação a este adjectivo. É a adaptação de um romance, povoado por um elenco de luxo e que mostra a intensidade psicológica da guerra. Toca-me precisamente pelo grau de intensidade, pelo toque poético e humanista que Malick emprega ao filme. Mostra a “luta pela sobrevivência”, o instinto de sobrevivência, que se divide constantemente entre sentimentos de companheirismo, mas ao mesmo tempo de individualismo – essa característica tão inerte ao ser humano. É para mim violento, invulgar e deslumbrante pelo retrato humano que transmite.


American Beauty 

Ora bem, como não ser fã de um país que dá origem a um filme que critica esse mesmo país e que ainda por cima é realizado pelo inglês Sam Mendes! Este filme satiriza o fim do mítico “sonho americano” e o toque de Midas é: Kevin Spacey.
A personagem Lester Burhan comete todas as “loucuras possíveis e imaginárias”, algumas das quais, todos nós - a certa altura da vida - pensamos fazer. Lester diz, a propósito disso: “I feel like I've been in a coma for the past twenty years. And I'm just now waking up”.
O roteiro de Alan Ball é excepcional, cheio de símbolos, humor disfarçado e crítica social apresentada de forma subtil através de uma frase usada no marketing de apresentação – “look closer”. Ora bem, este filme para mim significa: “nada do que parece, é”.



Apocalypto

A História foi a ciência que escolhi para formação académica e Mel Gibson, com este filme, fez-me sentir um ORGULHO IMENSO por ter escolhido esta área do saber. Já o tinha conseguido com The Passion of the Christ, mas superou-se com Apocalypto.
Não gosto do filme por questões de realização, de produção ou de roteiro, gosto do filme como apontamento histórico e como personificação do que aprendi em 4 anos de licenciatura – as civilizações têm a capacidade única de se autodestruírem.
Mas merece um apreço especial, o mérito visual do filme. Dean Semler conseguiu mostrar paisagens deslumbrantes no meio de um enredo cruel e violento.
É para mim um filme exímio enquanto “documento histórico” (e sim! com algumas falhas históricas – mas que em nada lhe tiram – a meu ver – o valor).


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