16/10/2013

Filmes que Marcaram: David Martins, Cine 31



“The Matrix” (1999)



               Quem acompanha as minhas escritas pela Internet está farto de saber que o filme que mais me influenciou, que despoletou o interesse pela sétima arte num adolescente imberbe foi o perfeito Jurassic Park. Por isso, hoje abordo um filme que me marcou, quando já trazia na bagagem muitos mais filmes e referências. Falo de “The Matrix”. O filme dos irmãos Wachowski estreou há apenas década e meia, mas o panorama cinematográfico era bem diferente. A Internet não era tão rápida e acessível como hoje, o grande público não sabia as novidades e pormenores das filmagens quase em tempo real, como actualmente. Claro que já havia sites sobre cinema, mas em geral o público ainda tomava conhecimento sobre um filme através de revistas ou quando o trailer passava no cinema ou na televisão. E apesar de eu nessa época ser um espectador atento ás novidades, foi com quase total surpresa que fui assistir “The Matrix”, á espera de mais um vulgar filme de acção. Creio que nem um trailer tinha assistido antes, mas recordo que corria um “boca-a-boca” positivo. Não estava preparado para o que vi na sala de cinema. E não perdi tempo em repetir a dose, uma das poucas vezes em que vi o filme novamente no cinema.



              
               Foi um sucesso de bilheteira e gerou uma série de imitações, mas que raramente conseguiram lograr igualar-se aos soberbos e inovadores efeitos especiais que impressionaram espectadores em todo o Mundo. Além de uma narrativa sólida e de concretizar em imagem real inúmeras influências e referências aos dinâmicos animes japoneses, a outros clássicos da literatura e cinema, a elementos mitológicos e um nivel de acção só vista nos wuxia de Hong Kong ( mas elevada ao cubo), tudo embrulhado numa capa cyberpunk, num produto final coerente e com personalidade própria. Mas além dos aspectos técnicos e de estilo, de um elenco carismático, a película também levanta várias questões filosóficas que até hoje continuam a alimentar discussões e troca de ideias. O grande público abordou temas como a caverna de Platão, Alice no País das Maravilhas, como funciona a consciência, mundos virtuais, etc. Eu cheguei a debater o filme com professores na Universidade. 


                 
               As suas sequelas não chegaram ao nível deste primeiro capítulo, mas é um belo filme stand-alone, que deixou uma marca no cinema de acção e de ficção-cientifica e que não me farto de rever.

Sem comentários:

Enviar um comentário